terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Noite na senzala (por Lucas Tizil)

Essa poesia eu escrevi quando tinha 16 anos. Embora reconheça nela alguns erros, preferi mantê-la como foi escrita na época, para respeitar um pensamento distinto do de hoje, porém que eu valorizo também.

Noite na Senzala


"A noite fria ainda resgata os cacos
de vidas velhas em trapos.


Sem a beleza de uma flor 
pois ela não vai desabrochar
nem o calor do sol
que também não vai raiar
pois a dor da noite,
essa insiste em perdurar.


A dor de um homem que não morreu na guerra
mas a paz e a esperança ele ainda enterra.


Perdeu a esperança na vida, 
que não ensina mais
a bela velha filosofia
a sabedoria de seus ancestrais


Perdeu a esperança nos sonhos
perdeu a esperança no amor
tiraram sua liberdade e sua dignidade
por sua cor.


À beira de uma fogueira
que esquenta o corpo
mas não aquece a alma
porque o espirito já está morto.


Se Deus criou o mundo
permitiu que o homem criasse a guerra
que escravizasse o negro
e tirasse um príncipe de sua terra."

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